Energy

Energy

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Os 3 eixos da política energética

A Energia é muito provavelmente o setor de atividade que, de forma isolada, mais afeta a vida da generalidade das pessoas, independentemente da sua localização geográfica, da sua situação socioeconómica ou da sua faixa etária.

A correta análise de tendências e incertezas é fundamental para a otimização do consumo dos recursos disponíveis (materiais, financeiros e humanos) e deve sempre assentar na avaliação integrada de três eixos complementares: a segurança de abastecimento, a competitividade económica e a sustentabilidade ambiental.

Esta avaliação, incidindo sobre cada fonte de energia primária e suas respetivas cadeias logísticas, permitirá mitigar os riscos endógenos de cada opção e conduzir à criação de um cabaz energético equilibrado e adequado ao mercado a que se destina.

O Santo Graal da Energia seria a solução que, para cada tipologia de consumo, garantisse total segurança de abastecimento, máxima competitividade económica e não tivesse qualquer impacto ambiental. Não existindo, há que comparar as várias alternativas e identificar aquelas que, de forma integrada, permitem criar a solução mais equilibrada para cada perfil de oferta e procura.

Este processo é dinâmico, na medida em que as variáveis estão em permanente mutação (fazendo jus ao seu nome) e obrigam a uma constante revisão de cenários à luz de novos factos ou suposições. Todos os dias surge informação que, mesmo de forma subtil, provoca alterações nos pressupostos assumidos e faz oscilar a probabilidade dos vários cenários existentes. Por vezes, um anarquista assassina um arquiduque e provoca um conflito à escala mundial. Outras vezes, um sismo com tsunami dá origem a uma situação catastrófica numa central nuclear.

Ainda a título de exemplo, lembremo-nos, nos últimos meses, da escalada do conflito na Ucrânia, ponto de passagem de uma importante parcela do gás natural consumido na Europa ou do continuado clima de guerra civil na Líbia, cujo crude tinha um peso relevante no cabaz de consumos das refinarias o Sul da Europa, em especial Itália. Ambos os eventos têm consequências para o mercado energético europeu e, de forma mais localizada, para o mercado energético português. Um impacto positivo para um dado ator de mercado (seja ele uma região, um país, uma empresa ou um indivíduo) terá à partida o efeito inverso para outras partes envolvidas.

Da mesma forma, porque as várias fontes primárias de energia tendem a competir entre si em função do fim a que se destinam, qualquer alteração de enquadramento numa delas impacta automaticamente na relação de forças entre elas.

Procurarei, no âmbito deste projeto, ir apresentando temas que considero relevantes para o mercado energético – em especial pelo impacto que possam ter na realidade europeia e, em especial, portuguesa – e dissecar as principais tendências ou incertezas por eles causadas, numa estrutura analítica assente nos três eixos acima descritos.

Sem comentários:

Enviar um comentário