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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Enquadramento global do gás natural II

Nos anos 90, Estados Unidos e Rússia dominavam a produção mundial mas o panorama tem vindo a diversificar-se progressivamente e os países do Médio Oriente e Ásia têm vindo a assumir um papel relevante no panorama internacional com pesos acima dos 10%. Segundo dados de 2012, os Estados Unidos ainda dominam a lista de produtores mundiais seguido de muito perto pela Eurásia e são conjuntamente responsáveis por metade da produção.


A América do Norte lidera a exploração do gás não convencional (ou shale gas) o que fez aumentar a produção de gás natural de forma significativa e, não havendo infraestruturas suficientes fazer escoar to o potencial de produção, baixou preço a nível interno sem impactos directos significativos nas quantidades disponíveis no mercado internacional. Sendo um fenómeno recente, os EUA ainda estão na fase de adaptação dos seus terminais de GNL do “modo” importador para o “modo” exportador. Mas apesar disso, as repercussões desta revolução na área do gás já se fizeram sentir com impactos não só ao nível do mercado de gás natural como também do carvão e dos refinados de crude. Basicamente, deixando os EUA de importar uma quantidade significativa de energia, a pressão do lado da procura de diversos combustíveis abrandou uma vez que este país é dos maiores consumidores de energia do mundo.

Apenas 30% da produção mundial de gás natural é exportada. A Rússia é o maior exportador de gás natural do mundo e, dentro do grupo dos maiores exportadores, é o único que tem uma procura interna significativa a nível mundial. Os restantes países deste grupo têm um sector de gás dedicado à exportação. A Rússia é talvez o player mais importante no mercado global de gás natural uma vez que está no grupo dos maiores e exportadores, consumidores e produtores.



O mercado global de gás natural não está de forma nenhuma uniformizado distinguindo-se antes 3 grandes áreas:
  • ·         América do Norte: onde os preços são determinados em hubs virtuais sendo basicamente as forças de mercado a determinar o preço;
  • ·         Ásia-Pacífico: onde os preços são indexados, pelo menos parcialmente, ao preço do crude e/ou de um cabaz de produtos derivados do petróleo;
  • ·         Europa: que se encontra numa fase de transição entre preços indexados e preços determinados em mercado(s) spot.



A pressão no sentido de uma “autonomização” do preço do gás natural tem aumentado a par dos volumes de gás transaccionados e na medida em que os condicionalismos da procura e oferta se têm vindo a distinguir cada vez mais dos condicionalismos ligados ao mercado do crude. As zonas de importação líquida de gás natural como é a Europa são as que têm tomado mais iniciativas no sentido de implementar plataformas de mercado que permitam preços inferiores ou pelo menos mais de acordo com as condições de procura e oferta, menos sensíveis à turbulência do crude e criando oportunidades de arbitragem no acesso a fontes de energia primárias (gás natural e carvão) principalmente na área de produção de electricidade.

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