No contexto actual em que as pressões ambientais estão a obrigar à
desmobilização de centrais nucleares e a carvão, o gás natural passa a assumir cada vez mais uma maior importância na factura energética mundial. Importa,
também por isso, fazer um enquadramento do estado-da-arte do gás natural a nível
mundial e conhecer as forças e implicações geoestratégicas desta fonte
energética – já de si complexas – e a sua relação com outras fontes de energia
concorrentes.
Procura
(Fonte: BP Statistical Review of World Energy 2013 - Dados referentes a 2012)
(Fonte: US
Energy Information Agency)
O gráfico acima ilustra a evolução do consumo mundial de gás natural. Desde
o início da década de 80, o consumo mundial de gás natural cresceu em todos os
anos - com excepção de 2009 – sendo a taxa média de 2,7% entre 1980 e 2012.
(Fonte: US
Energy Information Agency)
Apesar do abrandamento económico que se vem sentindo desde 2008, a procura tem apresentado um crescimento médio de 2,8% (2008 a 2012) impulsionado sobretudo pela Ásia e Médio Oriente. A única região a apresentar um declínio do consumo é a Europa com uma taxa de crescimento média de -1,2% entre 2008 e 2012. A América do Norte só não evidenciou este comportamento devido ao enorme aumento da sua produção interna e correspondente redução do preço registados nos últimos anos. Tradicionalmente, a América do Norte, Eurásia e Europa são as regiões de
maior consumo mas nos últimos 10 anos a zona da Ásia juntou-se ao grupo –
superando inclusive a Europa e a Eurásia – e não faltará muito tempo para que o
Médio Oriente ganhe igual relevância. A distribuição da procura por regiões em
2012 é a seguinte:
(Fonte: US Energy Information Agency)
Comparando este gráfico com o relativo à produção de gás natural (primeiro gráfico
apresentado neste
post), verifica-se que Eurásia e Médio Oriente são excedentários, Europa e
Ásia são deficitários e as restantes regiões são relativamente
auto-suficientes. Daí resulta, naturalmente, que as regiões excedentárias
abastecem (grosso modo) as deficitárias sendo que o gás transaccionado (fisicamente)
em todo o mundo representa 30% da produção total.
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